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Ansiedade disfarçada: os sintomas silenciosos que muitos ignoram

03 de Julho de 2025

Ansiedade disfarçada: os sintomas silenciosos que muitos ignoram

“Está tudo bem.” Mas estava mesmo?

Marta, 42 anos, era a pessoa que todos viam como forte. No trabalho, era eficiente; em casa, presente para os filhos; nas redes sociais, sempre com um sorriso. No entanto, há semanas que sentia o peito apertado, dormia mal, e as decisões mais simples pareciam um desafio gigante.

Pensava que era apenas cansaço ou stress. Foi numa consulta de rotina que ouviu pela primeira vez: “Pode estar a sofrer de ansiedade.”

Como Marta, muitas pessoas vivem com ansiedade disfarçada, sem saber que os sintomas físicos e emocionais não são apenas “parte da vida”, mas sinais de alarme do corpo e da mente.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, os transtornos de ansiedade afetam mais de 300 milhões de pessoas no mundo. Muitas não recebem diagnóstico porque os sintomas são mal compreendidos ou escondidos.

O que é a ansiedade disfarçada?

A ansiedade não surge sempre como um ataque de pânico ou nervosismo visível. Muitas vezes, manifesta-se de forma silenciosa, através de comportamentos socialmente aceites, como produtividade excessiva, perfeccionismo ou sintomas físicos recorrentes.

É o que os psicólogos chamam de ansiedade de alto funcionamento - pessoas que parecem calmas, bem-sucedidas e sociáveis, mas que por dentro vivem em constante preocupação, medo e sobrecarga mental.

Sintomas silenciosos que não devemos ignorar

A ansiedade tem muitas formas. Saber reconhecer os sinais mais subtis pode evitar o agravamento e proteger a saúde mental:

  • Pensar demais, até nas decisões mais simples
  • Sensação de inquietação constante
  • Necessidade frequente de validação ou garantia
  • Sintomas físicos como problemas intestinais, aperto no peito, constipações recorrentes
  • Perfeccionismo e medo de falhar
  • Irritabilidade ou alterações de humor súbitas
  • Cansaço crónico, mesmo após uma boa noite de sono

*Um estudo publicado no British Journal of Psychiatry revelou que mais de 60% das pessoas com ansiedade procuram primeiro ajuda médica para sintomas físicos - não emocionais.*

Quem corre mais risco?

A ansiedade disfarçada pode afetar qualquer pessoa, mas há grupos mais vulneráveis:

  • Mulheres entre os 30 e 50 anos, que acumulam múltiplos papéis (mãe, profissional, cuidadora)
  • Perfecionistas e pessoas com elevado sentido de responsabilidade
  • Pessoas com historial de trauma ou stress prolongado na infância
  • Profissionais de saúde e cuidadores, constantemente a cuidar dos outros

As redes sociais e a pressão cultural para “dar conta de tudo” muitas vezes agravam o problema, levando à ocultação prolongada dos sintomas.

Como lidar com a ansiedade disfarçada?

O primeiro passo é o reconhecimento. Ao nomear a ansiedade, ela deixa de ser um peso invisível e torna-se algo com que se pode trabalhar.

🧠 1. Ouça o seu corpo

Dores de cabeça, tensão muscular ou problemas intestinais recorrentes podem ser sinais de alerta, não apenas “coincidências”.

💬 2. Fale com alguém de confiança

Quer seja um terapeuta, médico ou amigo próximo — verbalizar o que sente é um passo essencial.

📵 3. Faça pausas digitais

Comparações constantes nas redes alimentam a ansiedade. Desconecte-se. Caminhe. Respire sem ecrãs.

🧘‍♀️ 4. Use técnicas de autorregulação

Mindfulness, journaling (escrita emocional) e respiração consciente ajudam a acalmar a mente acelerada.

💊 5. Procure ajuda profissional

Não há fraqueza em pedir ajuda. Terapia ou medicação, quando indicadas, são ferramentas poderosas de transformação.

A viragem de Marta: de silêncio a equilíbrio

Após o diagnóstico, Marta iniciou acompanhamento psicológico. Passou a impor pequenos limites no trabalho e em casa. As enxaquecas diminuíram, as noites tornaram-se mais tranquilas, e - talvez pela primeira vez em anos - sentiu-se leve por dentro.

“Não sou fraca”, diz hoje. “Só não sabia o quanto estava a carregar tudo sozinha.”

Conclusão: não espere que grite

A ansiedade disfarçada sussurra. Manifesta-se em cansaço, tensão, perfeccionismo e sobrecarga. Mas não precisa de gritar para merecer atenção.

Se se revê nestes sinais, não os ignore. A ansiedade é comum. E é tratável.

Não está sozinho. E não tens de fingir mais.

💬 Partilhe este artigo com alguém que possa precisar. Pode ser o ponto de viragem que estava a faltar.


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