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Saúde e Ambiente – Como o ar, a água e o ruído impactam o nosso corpo?

03 de Junho de 2025

Saúde e Ambiente – Como o ar, a água e o ruído impactam o nosso corpo?

A relação entre ambiente e saúde é cada vez mais estudada e debatida. À medida que se compreende melhor a forma como elementos ambientais afetam o bem-estar físico e mental, torna-se evidente a necessidade de uma abordagem integrada para promover a saúde pública. Este artigo aborda como a qualidade do ar, da água e os níveis de ruído interferem diretamente no organismo humano, destacando as principais consequências e apontando caminhos para a prevenção.

A Qualidade do Ar e as Doenças Respiratórias

A poluição e doenças respiratórias estão intimamente ligadas. A exposição prolongada a partículas finas (PM2.5), dióxido de azoto (NO₂) e ozono (O₃), comuns em zonas urbanas e industriais, tem sido associada a um maior risco de doenças como asma, bronquite crónica, enfisema pulmonar e cancro do pulmão.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 7 milhões de mortes por ano são atribuídas à poluição atmosférica (WHO, 2023). Crianças, idosos e pessoas com doenças pré-existentes são os grupos mais vulneráveis. Além disso, estudos revelam que a má qualidade do ar também pode afetar o sistema cardiovascular, aumentando a probabilidade de enfartes e AVCs.

Água Contaminada: Riscos Invisíveis

A água é um bem essencial, mas quando contaminada por metais pesados, pesticidas ou microrganismos patogénicos, torna-se um vetor silencioso de doenças. Entre as principais patologias causadas por consumo de água imprópria estão gastroenterites, hepatites, cólera e disfunções renais.

As infraestruturas de saneamento básico e o tratamento adequado da água são fatores críticos para reduzir esses riscos. Em Portugal, embora a maioria da população tenha acesso a água potável, continuam a existir preocupações quanto à presença de resíduos de medicamentos e poluentes emergentes que escapam aos sistemas de filtração tradicionais.

Poluição Sonora: O Inimigo Invisível

O ruído excessivo, particularmente em ambientes urbanos, é mais do que um incómodo — é uma ameaça séria à saúde. De acordo com a Agência Europeia do Ambiente, a exposição contínua a níveis de ruído acima dos 55 dB pode provocar distúrbios do sono, stress crónico, hipertensão arterial e doenças cardiovasculares (EEA, 2020).

Estudos indicam ainda que o ruído ambiental afeta o desempenho cognitivo, especialmente em crianças, e pode comprometer a saúde mental ao aumentar sintomas de ansiedade e depressão. A OMS já classificou a poluição sonora como o segundo maior fator ambiental de risco para a saúde na Europa, apenas atrás da poluição do ar.

Ambiente e Saúde: Uma Responsabilidade Coletiva

A conexão entre ambiente e saúde exige medidas articuladas entre entidades governamentais, instituições de saúde, empresas e cidadãos. A promoção de cidades mais verdes, a redução do tráfego motorizado, o investimento em energias limpas e o fortalecimento das redes de monitorização ambiental são fundamentais para prevenir as consequências da exposição a agentes poluentes.

A nível individual, pequenas ações como utilizar transportes públicos, optar por produtos ecológicos e defender políticas sustentáveis também fazem a diferença. Proteger o ambiente é, em última instância, cuidar da própria saúde.


Referências

- World Health Organization (2023). Air pollution. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/ambient-(outdoor)-air-quality-and-health

- European Environment Agency (2020). Environmental noise in Europe — 2020. Disponível em: https://www.eea.europa.eu/publications/environmental-noise-in-europe


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